Num momento em que toda a Europa estava a recuperar dos impactos causados pela pandemia, a Ucrânia foi atacada pela Rússia. Desde então, as consequências económicas fazem-se sentir em toda a Europa. No entanto, Portugal está no fim da lista de países vulneráveis a este conflito.

O estudo versa sobre “a proximidade geográfica e importantes laços comerciais”, sendo que a guerra na Ucrânia prejudica “mais severamente a economia europeia do que sobre outras grandes economias, tais como os EUA ou a China. Ainda assim, dentro da UE, os Estados-membros têm diferentes graus de exposição a alguns dos canais de transmissão do impacto da guerra", refere o relatório.

No gráfico elaborado para o efeito e disponibilizado pela Comissão no mesmo relatório, os países bálticos e os países da Europa Central e Oriental aparecem como os mais vulneráveis, devido à elevada intensidade energética das suas economias e a importância da Rússia no comércio.

Entre os maiores Estados-Membros, a Polónia surge como o país mais vulnerável devido à elevada exposição do comércio com a Rússia, bem como à importância da energia russa no consumo doméstico dos cidadãos. Logo a seguir, encontramos os Países Baixos (preços elevados da energia), Alemanha e Itália (ambos dependentes do gás russo) com uma exposição em linha com a média europeia. Ainda nas principais economias, a França e a Espanha estão entre as menos expostas.

Relativamente às grandes economias, o relatório refere que: “quanto aos Países Baixos a vulnerabilidade está relacionada com os ativos russos e a vulnerabilidade das famílias aos preços elevados da energia, enquanto em Itália e na Alemanha o impacto deve-se tanto à importância das importações de gás russo na energia bruta disponível como à exposição dos ativos russos e a vulnerabilidade das famílias. Finalmente, a França e a Espanha aparecem, em média, como os únicos Estados-Membros de grande dimensão da UE menos expostos", salienta o relatório.

Portugal e Malta "fecham o ranking" sendo os estados-membros da União Europeia (para já) menos expostos aos efeitos da guerra. Estes resultados podem ajudar a explicar o facto de que a economia portuguesa ter apresentado o mais rápido crescimento (5,8%) em 2022, segundo as previsões da Comissão Europeia divulgadas a 16 de Maio, e simultaneamente, o país com a mais baixa taxa de inflação (4,4%).

Na sua análise da economia portuguesa, os peritos europeus reconhecem os riscos que este conflito armado apresenta para o país. No entanto, "à luz da baixa exposição direta de Portugal à região afetada, estes riscos são na sua maioria indiretos, decorrentes dos preços das matérias-primas, da segurança dos abastecimentos e da incerteza na procura global", explica a Comissão Europeia.


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Paula Martins is a fully qualified journalist, who finds writing a means of self-expression. She studied Journalism and Communication at University of Coimbra and recently Law in the Algarve. Press card: 8252

Paula Martins