Nas áreas da faixa costeira de Grândola, no distrito de Setúbal, oito operadores turísticos chegaram a um consenso: reduzir o número de camas nos seus empreendimentos como forma de poupança hídrica, indicou o presidente da Câmara de Grândola, António Figueira Mendes.

Sem especificar ainda quantas camas ao certo é que vão ser removidas por ainda não se ter chegado “a esse pormenor”, o presidente da Câmara, disse, em declarações à agência Lusa, que a redução será “significativa”.

“A ideia com que ficámos é que toda a gente está de acordo com essa diminuição”, a qual “é do seu próprio interesse, e acredito que vamos ficar com uma boa percentagem de redução”, disse o autarca.

Segundo a câmara municipal, a reunião teve como objetivo sensibilizar os empresários “para a necessidade de repensarem os seus projetos, com vista à redução do número de camas turísticas [e] à implementação de medidas que contribuam para o crescimento sustentável da região, em respeito pela população, a natureza e o ambiente”.

Figueira Mendes disse à Lusa que o encontro resultou “num compromisso conjunto, com vista à redução significativa do número de camas turísticas”.

No entanto, esta redução não se vai aplicar a todas as unidades hoteleiras. “A redução do número de camas turísticas” será aplicada aos empreendimentos que se encontram “em fase de construção ou em processo de licenciamento”, abrangidos em Planos Territoriais de Âmbito Municipal aprovados antes da entrada em vigor do Plano Regional de Ordenamento do Território do Litoral Alentejano (PROTA - 2010), esclareceu.

“É também uma questão ambiental, porque queremos um turismo sustentável no concelho. A situação mudou, do ponto de vista ambiental, e queremos acompanhar essa evolução”, disse

Por isso, “o investimento turístico e imobiliário tem de ser assente no crescimento sustentável do nosso concelho” e, para beneficiar os munícipes e a sua qualidade de vida, “tem de respeitar o ambiente, os recursos hídricos, a paisagem e prevenir os riscos das alterações climáticas”, referiu.

Importa ainda referir que o município tem em curso “e em fase de finalização o processo de alteração do Plano Diretor Municipal (PDM)”, que irá estabelecer “regras mais apertadas para o investimento turístico e imobiliário” no concelho.