Castelo de Belmonte

O Castelo de Belmonte funcionava como um edifício de defesa da vila, construído pelo bispo D. Egas Fafes, que construiu a torre e o castelo na vila. Mais tarde, em 1446, o rei D. Afonso V doou o castelo a Fernão Cabral, que passou a servir para a residência da família nobre. A adaptação da muralha defensiva para residência pode ser vista através das janelas manuelinas, na muralha oeste do castelo, que mais tarde foi consumida por um incêndio. No entanto, segundo alguns documentos da época, estima-se que o castelo, voltou a ter a sua utilidade militar, durante as Guerras da Restauração no século XVIII. As provas incidem sobre os baluartes presentes em alguns locais do castelo. O castelo tem cerca de 2265 metros quadrados, com um traçado ovalado irregular, onde no interior se pode observar um poço. O castelo está aberto ao público e na torre de menagem pode-se visitar uma área musealizada com material arqueológico.


A Prensa

A Prensa é uma ferramenta de tortura, que servia para esmagar os corpos de quem cometesse algum crime, punível a pena de morte. No caso de Belmonte, a história é um pouco diferente. Segundo uma lenda da vila, a Prensa foi montada por inimigos que estavam a atacar Belmonte. Enquanto a população se refugiava no castelo, os inimigos conseguiram raptar a filha do responsável pelas forças militares em Belmonte. O povo, que resistia bem, assistiu a um momento de chantagem. Ou o magistrado entregava a vila e a população ou todos assistiriam à morte dolorosa da sua filha. Apesar do seu sofrimento, o homem decidiu zelar pelo bem da população e entregou a filha à morte. Assim, foi construída uma prensa onde a menina viria a ser torturada. Após matarem a filha do magistrado, os inimigos saíram de Belmonte e a vila ficou livre de qualquer invasão. A Prensa pode ser visitada na Rua Almirante Cândido dos Reis.


Centum Cellas

No Colmeal da Torre situa-se um dos monumentos mais misteriosos de Belmonte. Foram várias as interpretações já feitas, mas ainda não se chegou a um consenso. Pode ter sido prisão, tempo, acampamento ou até uma villa romana. Sabe-se que o local pode datar do século I d.C, e pensa-se que o local tenha sido propriedade de Lucius Caecilius, um homem rico que trabalhava os metais. A torre principal tem 12 metros de altura, distribuídos em três pisos, sem qualquer cobertura.


Sinagoga Bet Eliahu

Belmonte constituiu-se como um local importante para a comunidade judaica em Portugal. Durante o século XVI, a Igreja Católica expulsou todos os judeus da Península Ibérica, sendo que os judeus que habitavam em Portugal ou se convertiam ao Cristianismo, ou teriam de abandonar o país. Alguns foram os judeus que se converteram oficialmente ao Cristianismo, mantendo em casa o seu culto e tradições culturais. No entanto, alguns grupos de judeus isolaram-se do mundo e do resto do país e mantiveram as suas tradições. Eram chamados de Marranos. No caso dos Marranos de Belmonte, somente na década de 70 é que se oficializaram como judeus. Com a forte presença de judeus na vila, construíram-se vários edifícios que remontam à cultura judaica, entre eles a Sinagoga Bet Eliahu, que foi inaugurada em 1996. A data da inauguração da sinagoga remonta aos 500 anos desde a decisão do rei D. Manuel I de expulsar todos os judeus do país.

Belmonte é uma vila com forte potencial turístico que certamente agradará todos os que visitarem a vila. Perto da Serra da Estrela, visitar Belmonte pode ser uma experiência única, onde a ruralidade é a personagem principal.


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Deeply in love with music and with a guilty pleasure in criminal cases, Bruno G. Santos decided to study Journalism and Communication, hoping to combine both passions into writing. The journalist is also a passionate traveller who likes to write about other cultures and discover the various hidden gems from Portugal and the world. Press card: 8463. 

Bruno G. Santos