No encerramento do XXIII Congresso da Juventude Socialista (PS), António Costa proferiu algumas palavras, reforçando a importância dos jovens para o país, que nunca teve uma geração com tantas qualificações como a atual.


“Não podemos perder estes recursos humanos, porque o maior recurso para o nosso desenvolvimento é mesmo este capital humano que vocês [jovens] são e que nós temos de criar as condições para que se possa realizar plenamente aqui, entre nós, em Portugal”, disse.


Para Costa, o trajeto tem de assentar, desde logo, na continuação da aposta nas qualificações, com o combate ao abandono escolar precoce e a democratização do acesso ao ensino superior.


Assim, lembrou o que considera ser o “maior investimento de sempre” no alojamento estudantil, que vai permitir o aumento de 15.073 para 26.868 camas até ao final da presente legislatura.


Falou também no investimento de 480 milhões de euros para a remodelação dos centros tecnológicos especializados para melhorar a qualidade do ensino profissionalizante.


Problemas na habitação, exigem soluções


António Costa disse que o trabalho digno e a habitação acessível são os “dois maiores desafios” que os jovens têm de enfrentar após o término da sua formação.


“A agenda do trabalho digno é absolutamente fundamental”, referiu, defendendo a necessidade de combate à precariedade e à conciliação da vida profissional e familiar.


Como medidas para ajudar os jovens que procuram o primeiro emprego, destacou o IRS jovem, a aplicar nos primeiros cincos anos de atividade. “Num vencimento de 1.000 euros, os jovens poupam em IRS 89 euros por mês”, referiu.


Mudando para a habitação, Costa disse que durante décadas o Estado “desistiu” de uma política pública para o setor, uma realidade que disse que está agora a ser invertida pelo executivo que lidera.


Lembrou que no Plano de Recuperação e Resiliência há mais de dois mil milhões de euros para oferta pública de habitação nos próximos anos.


Sublinhou ainda que é preciso assegurar que ninguém deixe de ter filhos por razões económicas.


“Não temos uma visão natalista da demografia, mas sim uma visão de liberdade e igualdade”, referiu.


A propósito, disse que os portugueses podem agora constituir “a família que quiserem”, independentemente do sexo dos cônjuges.


“Amem-se como quiserem”, disse.


O XXIII Congresso da JS marcou a reeleição de Miguel Costa Matos, candidato único, como presidente, com 195 votos a favor, 33 brancos e 10 nulos.