Este ano, a tradição volta a ser cumprida e as castanhas já serão lançadas do cimo da torre da igreja. O evento esteve suspenso em 2020 e em 2021, tendo a Junta de Freguesia assinalado a data com a distribuição de castanhas e vinho pelas casas.


“[Este ano] temos o regresso do ‘Magusto da Velha’. Nos anos de pandemia cumprimos sempre o testamento, só que fomos à casa das pessoas levar as castanhas e levar o vinho para que se cumprisse a tradição. Este ano, estamos todos ávidos com o regresso do ‘Magusto da Velha’ e teremos novamente as castanhas a ‘voar’ da torre da igreja”, disse o autarca Luís Prata.


No dia seguinte ao Natal, será distribuído vinho de um produtor local, torradas (pão torrado embebido em azeite) e “muita animação, muita alegria e muita música”. Para as crianças haverá rebuçados.


Tradição secular do "Magusto da Velha"


Considerada única no país e no mundo, esta tradição teve origem numa doação feita por uma mulher abastada, cujo nome se desconhece, para que os habitantes daquela localidade pudessem comer castanhas e beber vinho uma vez por ano. Durante a Idade Média, caracterizada pela miséria e pela fome, a idosa lavrou um testamento segundo o qual se deveriam dar castanhas e vinho ao povo, todos os anos, provenientes da sua propriedade (Quinta do Lagar de Azeite), em troca de um Padre-Nosso pela sua alma”.


O programa do evento agendado para segunda-feira começa pelas 14:30 e inclui uma missa pela alma da ‘velha’, dramatização do testamento (pelo grupo Hereditas), cortejo do magusto e distribuição das castanhas e do vinho e animação.


“É um evento importante, também para a economia local. Promovemos o nosso vinho, promovemos o nosso azeite, e pensamos que é um evento que é bom a nível social, a nível económico e a nível cultural”, afirmou Luís Prata.