Segundo estudos publicados, entre os quais um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos, da autoria de Carlos Farinha Rodrigues, revela que em 2020 se assistiu a uma subida no nível de pobreza, o que continua a acontecer atualmente. O aumento da inflação, a subida dos preços nos supermercados e das contas de casa, leva a que as pessoas vivam de forma mais complicada, com necessidade de ajudas de associações como o Banco Alimentar.

Um trabalho anual

Isabel Jonet, presidente do Banco Alimentar Contra a Fome, ao The Portugal News, revela que a associação sente “um acréscimo nos pedidos de ajuda”, no caso para a alimentação. Para o Natal, a responsável afirma que não foi feita uma campanha específica para a época. Segundo Isabel Jonet, a campanha iniciou-se no final de mês de novembro e veio a ser distribuída no Natal.

A forma que contacta mais com o público são as campanhas de recolha de alimentos nos supermercados, com a ajuda de voluntários ou de outras entidades como os Escuteiros. Apesar dos tempos difíceis, Isabel Jonet garante que não sente “uma redução de ofertas por parte de empresas e voluntários”, mas sim uma maior oferta de alimentos para doar, que acompanha o crescimento de pedidos. A responsável sublinha que cada vez mais as empresas doam excedentes para o Banco Alimentar Contra a Fome, assim como têm se assistido a um crescimento do número de voluntários. Cada vez mais, as empresas inserem o voluntariado no mercado laboral, levando a que algumas pessoas escolham ajudar no Banco Alimentar Contra a Fome.

Isabel Jonet afirma ao The Portugal News que nas 21 sucursais do Banco Alimentar Contra a Fome, foi feito um contributo que ajudou 400 mil pessoas, tendo em 2021 doado 36 mil toneladas de comida para quem mais precisava.

Contudo, a responsável disse que as pessoas que se inserem na classe baixa não são as únicas a pedir ajuda. Segundo Isabel Jonet, tem se assistido a um crescimento dos pedidos de ajuda por parte das famílias de classe média, principalmente os que viram a sua taxa de crédito de habitação subir.

A presidente do Banco Alimentar Contra a Fome sublinha que apesar de se falar mais da associação durante a quadra natalícia, que o trabalho é anual e ajuda pessoas todos os dias.

Outras ajudas

Algumas autarquias e freguesias fazem também a sua parte durante o Natal, como é o caso da União de Freguesias de Coimbra (UFC).

A UFC integra as freguesias da Sé Nova, Santa Cruz, Almedina e São Bartolomeu, que mesmo “antes da reorganização administrativa de 2013”, já entregava cabazes de Natal a quem mais precisava.

Num comunicado, enviado ao The Portugal News, a freguesia, citando o seu presidente, diz que “a entrega de cabazes de Natal é uma tradição que perdura há muitos anos”, numa época que caracterizam como alegre, onde as famílias se juntam. O objetivo da UFC passa por dar “calor e conforto aos seus residentes.”

Num ano marcado pela queda do nível de vida em Portugal, a UFC conseguiu entregar “mais de 510 cabazes, apoiando mais de 961 pessoas.” Todos os cabazes foram distribuídos em vários polos espalhados pela região de Coimbra.

Ajudar quem precisa

Cada pessoa pode contribuir para as causas solidárias apontadas, a qualquer altura do ano, basta dirigir-se aos locais mais apropriadas na zona em que habita e entregar o que achar ser mais necessário para os mais desfavorecidos.


Author

Deeply in love with music and with a guilty pleasure in criminal cases, Bruno G. Santos decided to study Journalism and Communication, hoping to combine both passions into writing. The journalist is also a passionate traveller who likes to write about other cultures and discover the various hidden gems from Portugal and the world. Press card: 8463. 

Bruno G. Santos