"O principal problema é, sem dúvida, a habitação. Temos casos de pessoas completamente atiradas para a rua, não porque não paguem, mas porque os proprietários querem as casas. Outras, porque não podem efetivamente pagar", disse José Ricardo Martins à agência Lusa.


O problema afeta tanto cidadãos nacionais como estrangeiros na freguesia de Almada, onde já existem cerca de 60 nacionalidades.


Com o arrendamento de um apartamento T1 a absorver um salário mínimo, a população procura diretamente ajuda da Junta de Freguesia, quer para pagar a habitação ou outras despesas associadas (água, eletricidade, gás), mas também alimentação e despesas escolares.


"A principal carência que noto, não só para os estrangeiros, mas também para os portugueses, tem a ver com o problema que considero ser o maior flagelo social do país, com a habitação e com preços exageradamente elevados, mesmo obscenos, em termos de renda", declarou o presidente da câmara.


A solução pode passar pela construção de alojamento público, o que demora tempo, especialmente tendo em conta que muitos dos terrenos da Costa da Caparica são reserva.


O problema não é exclusivo da freguesia, mas dando como exemplo o município de Almada, Ricardo Martins disse que milhares de pessoas há espera da oportunidade de conseguir uma casa através de um programa municipal, cerca de 7.000 pessoas".


Relativamente ao aumento dos salários, o presidente da junta considera ser uma ajuda, mas não será suficiente para que as pessoas possam ter uma vida normal.