“As únicas margens que de facto se mantiveram são a margem dos impostos, porque aí não houve redução de impostos para ninguém. Não houve redução de margem no IVA, não houve redução de margem no IRS e os estudos aí estão a demonstrar. Essa é a única margem que se manteve. Toda a outra parte da economia está a tentar adaptar-se”, respondeu aos jornalistas à margem de uma visita ao Hospital de Vila Franca de Xira.

Para a IL, o Governo deve “fazer a sua parte”, ou seja, apostar na “redução de impostos”, considerando que todas propostas que têm sido defendidas pelos outros partidos “vão resultar em menos bens disponíveis para os portugueses”.

Na opinião de Rui Rocha, “PCP, BE, Chega defenderam soluções de fixação de preços, que são soluções próprias de partidos extremistas, mas está nos manuais, não funciona prejudica as populações, não vale a pena ir por aí”.

“E, portanto, eu espero que o primeiro-ministro, António Costa, não caia na tentação, mais uma vez, em desespero de lançar mão de medidas que são economicamente erradas e que acabam por prejudicar as populações”, apelou.

Percebendo que “partidos extremistas façam esse tipo de propostas” porque “faz parte do populismo”, o líder liberal disse esperar que o Governo não embarque nestas soluções e que “neste caso, siga o conselho do ministro da Economia, que é uma pessoa que, desse ponto de vista, tem uma preparação teórica”.

Rui Rocha recordou as “palavras do ministro da Economia, que quando questionado sobre estas questões das fixações de preços, respondeu que isso ia contra tudo o que estudou e portanto tomou uma posição contrária à do próprio primeiro-ministro, António Costa, se for essa a intenção que há”.

“O que deve funcionar é, obviamente, uma parte de regulação e toda a questão da inspeção deve ser assegurada, ou seja, se houver práticas concretas no mercado que não sejam práticas ditadas pela concorrência, obviamente aí deve haver uma intervenção”, defendeu.

Por outro lado, segundo o presidente da IL, “aquilo que a Iniciativa Liberal anda a dizer já há mais de um ano” que é a necessidade de “baixar os impostos, sobretudo para quem tem rendimentos mais baixos”.

“Não faz sentido que Portugal tenha uma carga fiscal muito elevada por comparação com todos os países da Europa e que depois ande a dizer que é preciso fazer apoios às pessoas. Não, as pessoas não precisam de apoios. As pessoas têm o seu rendimento e o que precisam é que o Estado não tire do seu bolso, de forma extraordinária, rendimentos que lhes fazem falta”, enfatizou.

Reiterando que “a única margem que realmente se tem mantido é a do Governo”, ao manter-se esta “margem, havendo aumento dos preços, o que acontece é uma arrecadação fiscal absolutamente extraordinária”.

“Pois é aí que realmente que o Governo devia atuar e fazer com que os portugueses não estejam sujeitos a uma carga fiscal tão grande nesta altura”, disse.