A Fenprof exige “aumentos salariais que, no mínimo, cubram o valor da inflação”, lembrando que os docentes e investigadores perderam entre 10% e 15% do seu poder de compra desde 2009, o que representa “quase dois salários por ano” a menos.

A federação sindical argumenta, em comunicado, que estes profissionais “foram dos mais prejudicados ao longo dos últimos anos (…) tendo em conta o congelamento dos salários e das progressões e o acumular da inflação até 2021”.

Mesmo com os novos aumentos anunciados e publicados esta semana em Diário da República – mais 1% nos salários e 80 cêntimos no subsídio de refeição - a Fenprof garante que o aumento “fica muito aquém do necessário para evitar uma quebra brutal no rendimento dos docentes do ensino superior e investigadores”.

Os funcionários públicos terão, este ano, um aumento da massa salarial entre os 6,3% para 6,6%, mas a Fenprof recorda que a taxa de inflação de 2022 foi de 7,8% e as previsões para este ano apontam para entre 5% e 6%, sendo que no ano passado o aumento dos trabalhadores da administração pública foi “apenas de 0,9%”.

A Fenprof considera que “longe de recuperar rendimentos, os professores e investigadores estão novamente a ser fortemente penalizados nos seus rendimentos”, uma vez que uma taxa de inflação de 7% “significa, uma vez mais, a perda de poder de compra equivalente a um salário mensal neste ano”.

Além de aumentos salariais que, “no mínimo, cubram o valor da inflação”, a Fenprof volta a exigir o fim do travão à progressão existente nos estatutos das carreiras docentes, o qual obriga à obtenção de seis anos seguidos com a classificação de excelente para subir de escalão.