A juíza Jennifer Dorsey confirmou o pedido de arquivamento da queixa, em outubro de 2021, de um juiz federal do estado de Nevada, dando razão aos advogados de Cristiano Ronaldo e negando o requerimento da mulher norte-americana, Kathryn Mayorga.

Kathryn Mayorga acusa o jogador português de a ter violado num hotel em Las Vegas, tendo recebido 375 mil dólares (354.664 euros) por acordo confidencial, em agosto de 2010. Com este fundamento, chegou a pedir uma indemnização de 25 milhões de dólares (23,6 milhões de euros).

A juíza Jennifer Dorsey considerou que o advogado da queixosa, Leslie t Mark Stovall, tinha revelado “conduta de má-fé” no processo, tal como tinha argumentado, no ano passado, o juiz responsável pelo caso, o magistrado Daniel Albregts, avançou a agência Associated Press (AP), no dia 13 de junho.

Os juízes acusaram o advogado de Kathryn Mayorga de basear de forma inadequada o processo por danos civis em documentos confidenciais roubados que mostravam comunicações entre Ronaldo e os seus advogados.

O arquivamento deste processo não lhe dará hipótese à queixosa de reabrir o caso, o que nas palavras da juíza, “é uma sanção severa”, mas que a conduta do advogado da queixosa tinha prejudicado Cristiano Ronaldo.

“O uso continuado destes documentos foi má-fé”, e alegou que não bastava uma censura ao advogado de Mayorga, porque o seu conteúdo foi usado para fabricar a base da queixa, tendo, por isso, decidido por “sanções severas”, relatou a juíza Jennifer Dorsey, no dia 10 de junho, num relatório de 42 páginas.

Da mesma forma, em 2021, num relatório de 23 páginas o magistrado Daniel Albregts recomendava o arquivamento, dizendo que a juíza deveria rejeitar “o caso de Mayorga pela conduta inadequada do seu advogado é uma consequência difícil”.

“É, infelizmente, a única sanção apropriada para garantir a integridade do processo judicial”, acrescentou, defendendo que “Stovall agiu de má-fé em detrimento de seu cliente e da sua profissão”.

Acrescentando que o tribunal não tomou nenhuma decisão sobre se Ronaldo cometeu um crime e não encontrou evidências de que os seus advogados “intimidaram Mayorga ou impediram a aplicação da lei” quando a ex-modelo retirou as acusações criminais e aceitou o acordo confidencial, no valor de 375 mil dólares, em agosto de 2010.

Considerou o juiz que Stovall "agiu de má-fé ao pedir, receber e usar os documentos do ‘Football Leaks’ para avançar com o caso de Mayorga". No processo, Albregts rejeitou ainda o argumento de Stovall de que o uso dos documentos era justificado porque não foi o advogado quem os roubou e não podia provar que foram roubados.

Para Albregts “o caso de Mayorga contra Ronaldo provavelmente não existiria se Stovall não tivesse pedido os documentos do Football Leaks” e o conhecimento de Mayorga sobre o conteúdo dos documentos “não pode ser desfeito”, relatou o magistrado, no ano passado.