Os dados foram publicados no relatório “Education at a Glance 2022” da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que destacou o ensino superior. No relatório confirma-se que as habilitações literárias de candidatos a empregos, se refletem no salário em todos os países da OCDE.

Em 2020, os trabalhadores entre os 25 e os 64 anos com o ensino secundário recebiam, em média, um salário 25% mais elevado do que os colegas que não foram além do 3.º ciclo. Olhando para os trabalhadores com formação no ensino superior, a diferença é mais do dobro, ligeiramente acima da média da OCDE.

Em áreas como as tecnologias de informação e comunicação, em Portugal, compensa ter uma licenciatura, pois em comparação com trabalhadores que apenas concluíram o ensino secundário, há uma diferença salarial de 50 %, naquela que é a área mais bem paga do país, onde a taxa de empregabilidade atinge os 96 %.

Em 2021, por exemplo, a taxa de emprego na faixa etária dos 25 aos 34 anos foi mais alta entre os jovens que completaram pelo menos um nível do ensino superior. Em média, a taxa de emprego nesse grupo foi 14 pontos percentuais mais alta face aos jovens com o 3.º ciclo e cinco pontos percentuais comparativamente àqueles que concluíram o secundário.

Em 2021, apenas pouco mais de metade das mulheres que não chegou ao ensino secundário estava a trabalhar, enquanto 86 % das mulheres com cursos superiores tinham trabalho. No caso dos homens, a diferença é apenas de 74 % para 80 %, respetivamente.

Ainda assim, esta é uma das áreas menos procuradas pelos jovens que seguem para a universidade e, entre um total de 380.235 estudantes no ensino superior em 2020, apenas três porcento dos estudantes optou por cursos de tecnologias de informação e comunicação.

Em contraste, as áreas mais populares são comuns a quase todos os países da OCDE, incluindo Portugal, onde 24 % dos novos alunos das universidades ou politécnicos foi para cursos em gestão ou direito.

A maioria dos estudantes portugueses do ensino superior está em licenciaturas, seguindo-se os mestrados. No caso das licenciaturas, só 38 % é que termina o curso no tempo esperado.

O relatório sugere também medidas que permitam facilitar o acesso ao ensino superior, como a possibilidade de estudar em regime ‘part-time’, uma vez que para muitos estudantes que têm filhos ou precisam de trabalhar para pagar as propinas, estudar a tempo inteiro não é opção.