As alterações climáticas são, segundo o secretário-geral da ONU, António Guterres, o maior problema da humanidade e vão afetar dramaticamente o futuro se nada de substancial for feito.

As emissões de gases com efeito de estufa, que os países tentaram controlar no Acordo de Paris de 2015 continuam a aumentar e afetam o clima e a natureza das mais diversas formas.

O que é uma COP?

A COP é a Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas e assume-se como órgão supremo da tomada de decisões dessa Convenção da ONU.

A COP27 realiza-se em Sharm el-Sheikh, Egito, entre os dias 6 e 18, com a presença de mais de 35 mil pessoas.

Na COP26, em Glasgow, estiveram presentes mais de cem chefes de Estado e Governo, o que pode não acontecer no Egito, pois a crise energética e a eminente fome pode levar a que alguns chefes de Estado definam outras prioridades, que não as causas ambientais.

As especificidades da COP27

A COP27 realiza-se no Egito, um país que afirma, segundo a ministra do Ambiente, Yasmina Fouad, que as preocupações ambientais são um “luxo” que o país não pode pagar.

O Egito é um país que pretende ter mais de 40% da sua energia produzida a partir de fontes renováveis até 2035, no entanto, a organização Climate Action Tracker considera a ação do Egito na questão do clima como insuficiente, não seguindo as decisões tomadas no Acordo de Paris. Num país onde as manifestações são proibidas, ativistas têm-se juntado e demonstrado a sua insatisfação quanto às medidas ambientais aplicadas pelo governo egípcio.

Quanto aos patrocinadores, as organizações ambientalistas criticaram o facto da Coca-Cola estar presente na cimeira com esse papel, pois consideram a empresa muito poluidora, devido ao uso de plástico.

O preço de nada fazer

O Acordo de Paris de 2015 prevê uma revisão das promessas dos Estados na redução de gases com efeito de estufa, assim novas contribuições de cada país vão ser apresentadas em Sharm el-Sheikh. No entanto, com a COP27 quase a começar não são conhecidas novas e mais ambiciosas contribuições para reduzir mundialmente a emissão de gases.

A crise energética causada pela guerra entre a Ucrânia e a Rússia, que levou a uma crise energética, pode ser a razão apontada para a falta de investimento em energias renováveis, assim como a inflação e o aumento do nível de pobreza.

O que vai ser discutido

A COP27 acontece em simultâneo com uma guerra na Europa, que marcará a conferência da ONU. Os organizadores da cimeira já admitiram que as crises provocadas pela guerra possam afetar a reunião e os seus resultados.

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Egito, Sameh Sukri, já disse esperar que a cimeira seja um marco na mitigação dos problemas de financiamento climático, especialmente para África, onde ficam os países mais prejudicados pelo aquecimento.

Eventualmente, serão debatidas outras questões, dedicadas a temas como finanças, ciência, juventude, descarbonização, perda de biodiversidade, água, agricultura ou energia. E há depois mais 120 outros assuntos, juntando nos debates empresas, académicos e sociedade civil.

O momento em que acontece a COP27 poderá não trazer grandes desenvolvimentos na redução de emissões, antes centrando-se na questão financeira, quando aumentaram em todo o mundo as catástrofes climatéricas.

Os protagonistas da COP27

Apesar de estar prestes a iniciar, ainda não estão confirmadas todas as presenças na cimeira, no entanto o presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, já confirmou a sua presença na cidade egípcia.

A União Europeia será também uma protagonista importante, estando António Costa como presença confirmada na cimeira onde se irá discutir o estado ambiental no mundo. No entanto, da parte do Reino Unido ninguém estará presente na cimeira.

Presentes ou ausentes serão sempre protagonistas países como a China, o maior emissor de gases com efeito de estufa do mundo, ou a Índia, o terceiro, depois dos Estados Unidos.