De acordo com o Jornal Económico, as duas opções para o novo Aeroporto de Lisboa custam mais de 9 mil milhões de euros, segundo a Comissão Técnica Independente (CTI), com Alcochete a custar 9,9 mil milhões de euros e Vendas Novas 9,7 mil milhões.


Os dois mais caros são também os escolhidos pela CTI como as duas melhores localizações, com o Campo de Tiro de Alcochete a liderar.


Segue-se a opção de Santarém, que também tem um valor acima dos 9 mil milhões de euros, com 9,55 mil milhões. A opção por um hub no Montijo custaria 8 mil milhões de euros.


Segue-se Lisboa e Vendas Novas com 8,1 mil milhões e Lisboa e Santarém com 8,1 mil milhões.


Finalmente, a opção mais económica é Lisboa e Montijo, com 3,8 mil milhões de euros. No entanto, a CTI salienta que esta opção estaria saturada em 2038, o que obrigaria a um novo processo de construção do aeroporto a médio prazo.


A CTI analisou também o número de anos que seriam necessários para concluir a primeira pista.


A opção Lisboa e Montijo seria a mais rápida, uma vez que afirmaram que seriam necessários seis anos para a disponibilização da primeira pista. Segue-se a opção Lisboa + Alcochete, com sete anos.


A opção Alcochete demoraria oito anos, enquanto a opção Santarém demoraria oito anos.


Por último, três opções teriam um total de nove anos cada: Montijo e Lisboa, Lisboa e Vendas Novas.


Analisando os factores críticos de decisão, Alcochete lidera em vários aspetos, desde a segurança aeronáutica (Alcochete e Vendas Novas), às acessibilidades e ao território para Lisboa e Montijo e Lisboa e Alcochete.


Adicionalmente, pela saúde humana e viabilidade ambiental: Vendas Novas, Alcochete lideram; na conetividade e desenvolvimento económico: Lisboa e Alcochete, Lisboa e Vendas Novas/Lisboa e Santarém e a melhor opção em termos de investimento público e financiamento vai para Lisboa e Alcochete, Lisboa e Vendas Novas/Lisboa e Santarém.


Comparando as duas opções melhor classificadas na avaliação, a CTI refere que tanto o Campo de Tiro de Alcochete como Vendas Novas são "duas opções com mérito equivalente do ponto de vista aeroportuário e aeronáutico, sem grandes restrições do ponto de vista aeronáutico".


Alcochete "é um terreno público e não necessita de expropriações", enquanto em Vendas Novas os terrenos são privados, seriam necessárias expropriações e o Campo de Tiro de Alcochete teria de ser encerrado, pois não poderia estar operacional com voos em Vendas Novas.


"Não é possível ter operações aéreas em Vendas Novas e manter o Campo de Tiro de Alcochete", afirmou a professora Rosário Macário, um dos membros do CTI, durante a apresentação das conclusões do grupo de peritos independentes.


Relativamente à rejeição do Montijo, salientou que o aeroporto estaria saturado em 2038, obrigando à procura de uma nova solução aeroportuária a médio prazo.


No caso de Santarém, referiu que a existência de áreas militares no lado oeste desta opção é uma questão difícil de resolver, para além da distância a Lisboa.


"Do lado oeste, há um grande quarteirão, Monte Real, onde se realizam exercícios militares da NATO. As áreas de aproximação e descolagem entrarão na zona do bloco de Monte Real. Não é viável do ponto de vista da segurança, é um grande risco ter aviões no espaço aéreo a velocidades completamente diferentes", explicou o especialista.