José Florêncio, da Formosa - Cooperativa de Viveiristas da Ria Formosa, disse à Lusa que, apesar de ambas as produções apresentarem atualmente baixos níveis de atividade, os produtores de amêijoa têm mais dificuldade em que o produto cresça e atinja a maior rentabilidade possível.


"A amêijoa tem estado a perder espaço porque tem havido muita exportação de ostras. E as pessoas não estão dispostas a esperar dois anos para que a amêijoa cresça e tenham de se virar para outro lado", afirmou José Florêncio, referindo-se ao investimento na produção de ostras.


A produção de ostra "tem crescido muito" na Ria Formosa, que se estende de Vila Real de Santo António a Loulé, no distrito de Faro, e isso "não devia acontecer", porque "alguns produtores, quando estão rodeados de ostras, dizem que a amêijoa cresce mais devagar", considerou.


"Não está provado, mas faz algum sentido porque a ostra filtra mais do que a amêijoa", disse, sublinhando que "também há outros factores", como a falta de chuva ou a renovação das águas da ria, embora ainda não exista nenhum estudo sobre o assunto e a capacidade de ostras na Ria Formosa já deveria ter sido estudada.