“Estamos a falar da criação e gestão de um Programa Nacional de Vacinação para adultos que não existe” em Portugal, revelou o presidente da Sociedade Portuguesa de Saúde Pública (SPSP), Francisco George, citado pela agência Lusa.

Segundo Francisco George, uma parte significativa das causas que antecipam o final da vida deve-se a doenças infeciosas, que são hoje, ao contrário do passado, evitáveis pela vacinação, sobretudo com as novas vacinas com tecnologias muito recentes e que têm, além de segurança confirmada, uma função protetora importante.

“Há aqui uma janela de oportunidade, através dos avanços tecnológicos na preparação de vacinas, para protegermos os adultos e fazer com que a mortalidade antes do tempo diminua e cada vez mais possamos viver mais tempo e melhor”, explicou o presidente da SPSP.

De acordo com o ex-responsável da Direção-Geral da Saúde, as despesas associadas à aquisição destas vacinas seriam sempre compensadas com a diminuição dos custos relacionados com os casos de doenças, de hospitalização e de cuidados intensivos.

Os peritos tentam centrar a sua atenção, em particular, nas doenças respiratórias que podem evoluir de forma muito grave em quem não está vacinado, caso da gripe, da pneumonia e das infeções pelo vírus sincicial respiratório (VSR).

“A vacinação contra a gripe, quer com a vacina clássica, quer, nos mais idosos, com a chamada vacina de alta dose, é muito eficaz para prevenir as complicações que são traduzidas pelo internamento hospitalar e pela admissão em cuidados intensivos”, referiu um dos coordenadores do +Longevidade.

O mesmo se passa, de acordo com Francisco George, em relação à pneumonia, alegando que atualmente existem “excelentes vacinas que são indicadas em adultos para evitar os problemas devidos à pneumonia de origem bacteriana”.

O grupo de especialistas está a analisar dados comparativos, em termos de ação e de resultados, em vários países europeus e nos Estados Unidos da América.

“A população portuguesa, ao contrário do que acontece em outros países europeus, como França e Itália, de uma maneira genérica adere aos programas de vacinação”, considerou o presidente da associação, para quem o objetivo central deste trabalho é contribuir para a população “viver mais, mas também melhor” ao longo da vida.