"Sou eu que desenho os meus pontos de fuga", é o nome atribuído à mostra que reúne uma seleção de obras em técnica mista, escultura e instalação audiovisual criadas no período compreendido entre 1997 e 2023.

Com curadoria de Ricardo Escarduça, a exposição, resultado de uma parceria entre a Câmara Municipal de Abrantes e a Coleção Figueiredo Ribeiro, é inaugurada às 16:00 de sexta-feira e estará patente ao público até 23 de junho de 2024.

Esta exposição suscita uma interrogação sobre "a criação assombrosa da cidade e, com mais fervor, o ser que a cria", segundo um texto da curadoria relativamente ao trabalho do artista nascido em Belmonte, em 1955.

"Sem adotar as estratégias da representação e da indexação da obra de arte a um referente que reconhecemos por semelhança, no trabalho de Daniel Nave, a cidade é o território especulativo que opera a potência fulminante de um face a face íntimo: mais do que o nosso encontro com a presença da obra de arte, o nosso confronto, enquanto ser que conhece e que se conhece, com a persistência dos infatigáveis dilemas e desconcertos da nossa natureza, da nossa relação com o mundo natural e dos mundos artificiais […] que erguemos", realçou Ricardo Escarduça, no mesmo texto.

As obras, que invocam a esfera das relações entre o ser humano e o mundo natural, remetem também para o pensar o sofisticado complexo urbano: "Os espaços imaginários de Daniel Nave demarcam regiões afetivas, apaziguando formas e forças, luminosidades e mistérios, matérias e ambientes".

Daniel Nave, que vive e em Sintra, é licenciado em artes plásticas pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (1979) e foi professor de artes visuais entre 1980 e 2013, desenvolvendo atividade como artista desde a década de 1980, nas áreas do desenho, da pintura, da escultura, da performance e do cinema experimental e documental.

De entre as mais recentes exposições individuais, realizou "Places of War", na Galeria Filomena Soares, em 2021, em Lisboa, "Bestiário", no Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, em 2019, e "Inside Out", na Fundação Portuguesa das Comunicações, em 2018, em Lisboa.