Em comunicado, o MAAC adianta que transferiu já 3,7 milhões de euros, podendo o município avançar para a aquisição daqueles terrenos, onde seria construído um espaço comercial, condenado pela população.

Com cerca de nove hectares, o sítio das Alagoas Brancas é uma zona húmida de água doce temporária, localizada no seio de um aquífero aluvionar que sustenta um ecossistema de enorme biodiversidade, utilizado por mais de 300 espécies de animais e plantas, incluída na área urbana do município do distrito de Faro.

A aprovação de um projeto comercial para o local foi alvo de contestação da população de várias associações de defesa do ambiente, que pediam a revogação do licenciamento de construção para evitar a destruição do ecossistema.

Em 2019, a Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental do Algarve (ALMARGEM) coordenou um estudo de três zonas húmidas no Algarve, que reuniu vários especialistas, sendo as Alagoas Brancas analisadas em pormenor.

“O Ministério do Ambiente e da Ação Climática empenhou-se em encontrar a melhor solução para, em articulação com o município de Lagoa, proceder à salvaguarda e gestão adequada desta zona húmida, bem como dos valores naturais aí presentes, face ao previsto na lei”, refere o Governo.

A aquisição dos terrenos pela Câmara vai permitir a preservação das Alagoas Brancas e a criação do futuro parque natural da cidade de Lagoa, investimento de 4,4 milhões de euros, dos quais 3,6 milhões são diretamente financiados pelo Fundo Ambiental.

A conclusão do projeto do Parque Natural da cidade de Lagoa está prevista para o final de 2025.