Na região Sul e na Área Metropolitana de Lisboa, as reduções foram significativas, com quedas de 27,9% e 25,3% nas vendas e de 18,9% e 14,8% nos valores das transações, respetivamente. O Norte liderou em transações, representando 30,1% do total, enquanto a Área Metropolitana de Lisboa teve 27,2%, 2,3 pontos percentuais abaixo do ano anterior.

Os valores das transações, analisados por região, destacam-se. A Grande Lisboa concentrou 40,8% do total, com cerca de 2,9 mil milhões de euros, observando-se uma redução homóloga de 1,3 pontos percentuais. No Norte e no Centro, registaram-se aumentos homólogos nos valores transacionados. O Algarve representou 11,8%, e o Alentejo 4,6% do total.

O valor mediano da avaliação bancária das habitações em novembro apresentou uma diminuição, atingindo €1530 por metro quadrado, refletindo uma queda de €6 em relação a outubro. Contudo, em comparação com novembro de 2022, houve um aumento de 5,6%. Diferenças regionais foram notáveis, com o Alentejo registando o aumento mais expressivo e o Algarve a maior descida.

Em alguns municípios, as casas valiam menos em comparação com o ano anterior, destacando-se o Porto com a maior redução (menos €289). Lisboa teve uma diminuição mais moderada (menos €4). Lisboa e Porto continuam a liderar em valores, mas a análise por município revela variações.

Ao entrarmos em 2024, enfrentamos o desafio persistente da carência habitacional, afetando 86 mil famílias em Portugal. A aprovação do pacote Mais Habitação pelo governo cessante levanta incertezas, especialmente com as eleições de março de 2024. O PSD expressou a intenção de revisar a Lei 56/2023, que regula o programa, caso vença as eleições.

O setor imobiliário comercial para 2024, segundo a Deloitte, mostra foco nos setores residencial e hoteleiro para investidores nacionais, enquanto globalmente, a economia digital e a construção para arrendamento lideram. O cenário internacional é marcado por pessimismo, refletido em indicadores macroeconômicos negativos e preocupações com o crescimento do PIB e taxas de juros.

A guerra Israel-Hamas e a incerteza geopolítica contribuem para uma postura cautelosa, levando investidores a adiar decisões. No entanto, Portugal parece mais otimista internamente, mantendo a estabilidade de ativos apesar das preocupações globais.

Os desafios imediatos incluem custos de construção, licenciamento, financiamento e instabilidade política. A sustentabilidade surge como um fator crítico, com investidores considerando critérios ESG (Ambiente, Social e Governança) em decisões de investimento. A digitalização e a eficácia operacional ganham destaque, indicando uma mudança para práticas mais sustentáveis e eficientes.

Em resumo, o mercado imobiliário português enfrenta desafios significativos, mas a resiliência é evidente. A adaptação a tendências globais, a atenção à sustentabilidade e a resposta às necessidades habitacionais emergentes serão cruciais para moldar o futuro do setor nos anos vindouros.


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Paulo Lopes is a multi-talent Portuguese citizen who made his Master of Economics in Switzerland and studied law at Lusófona in Lisbon - CEO of Casaiberia in Lisbon and Algarve.

Paulo Lopes